O propósito desta lâmina é
demonstrar uma degeneração hialina celular, ou seja,
uma alteração que torna proteínas celulares visíveis
já em microscopia óptica na forma de grumos hialinos no citoplasma.
Hialino
que dizer semelhante a vidro e designa o aspecto homogêneo
e fortemente róseo (ou eosinófilo) que assumem em um corte
histológico proteínas condensadas ou aglutinadas.
No caso, o fenômeno ocorre no citoplasma de hepatócitos em
um paciente alcoólatra crônico. O álcool, se ingerido
em altas doses, pode levar à precipitação de proteínas
do citoesqueleto, que normalmente não são visíveis
em microscopia óptica. Estas formam então os corpúsculos
hialinos de Mallory, um manifestação morfológica
altamente característica, mas não patognomônica, da
ação tóxica do etanol sobre o fígado.
(Patognomônico significa uma lesão absolutamente característica
e exclusiva de uma determinada doença. Em Medicina em geral, e em
Anatomia Patológica em particular, muito poucas alterações
podem ser consideradas patognomônicas.)
Além dos corpúsculos de Mallory, estes hepatócitos
mostram também esteatose, ou seja, acúmulo de gorduras
neutras no citoplasma, na forma de vacúolos grandes, arredondados
e opticamente vazios. O material hialino está muitas vezes junto
aos vacúolos de gordura. A esteatose é outra manifestação
dos transtornos metabólicos causados pelo álcool, e é
vista também na lâmina A. 48.
Este corte de fígado apresenta também desorganização
da arquitetura por septos fibrosos que alteram o arranjo normal dos lóbulos
hepáticos. Essa alteração, no caso também devida
ao alcoolismo, constitui a cirrose hepática.
Portanto,
neste corte há:
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alteração hialina
de Mallory
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esteatose hepática
-
cirrose hepática
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