Glioblastoma  multiforme de hemisfério cerebral.  Radionecrose pseudotumoral e recidiva. 
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Masc.  48 a.  Há 2 anos, hemiparesia progressiva à D. Cirurgias em outros serviços em julho de 2000 e maio de 2001  com diagnóstico de astrocitoma grau III. Foi submetido a radioterapia após a segunda cirurgia. Em agosto de 2001, reoperado após piora do quadro clínico. O laudo anátomo-patológico foi radionecrose pseudotumoral.  Em nova cirurgia em abril de 2002 o laudo anátomo-patológico foi glioblastoma multiforme.

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA
em 19/9/2001
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CORTES AXIAL E SAGITAL, T1 com contraste.  Mostram grande lesão de contorno irregular, centro homogêneo e hipointenso e impregnação anular,  na região fronto-parietal mesial E. A lesão se estende da superfície cerebral ao corpo caloso. 
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CORTES SAGITAIS, T1 sem e com contraste.  No corte sem contraste nota-se o caráter heterogêneo da lesão pela variação da intensidade do sinal. A área arredondada hipodensa posterior pode corresponder a um cisto ou necrose. Há forte impregnação anular por contraste, parecendo delimitar duas áreas císticas coalescentes neste plano de corte. 
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CORTES AXIAIS também demonstram o caráter irregular da lesão e o intenso hipersinal em T2 e FLAIR que afeta praticamente todo a substância branca do hemisfério E, da região subcortical ao centro semioval. O desvio da linha média é discreto. Isto faz supor que a hiperhidratação demonstrada pelo hipersinal em T2 e FLAIR seja em grande parte por gliose e não por edema, pois o edema causaria aumento de volume e desvio mais acentuado das estruturas medianas. 
T1 com contraste T2 FLAIR
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Como o paciente já fora operado de um glioblastoma, as imagens acima foram consideradas sugestivas de recidiva do tumor primário.  Contudo, o resultado anátomo-patológico do espécime cirúrgico foi radionecrose pseudotumoral
A radionecrose resulta de lesão tecidual pela radioterapia. Apresenta extensas áreas de necrose coagulativa e proliferação vascular (também observadas no glioblastoma). Contudo, ao contrário do glioblastoma, a celularidade é baixa e não se notam mitoses nem necroses em pseudopaliçada. 
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RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA
em 17/4/2002
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CORTES AXIAIS em quatro seqüências mostram lesão com aspecto semelhante ao já demonstrado na RM de 19/9/2001, mas com maior aumento de volume e efeito de massa, notando-se agora hérnia do cíngulo. 
T1
T1
C
T2
F
L
A
I
R
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CORTES CORONAIS, T1 COM CONTRASTE,  mostram grande aumento de volume do hemisfério E com edema da substância branca (aspecto hipointenso), deformação dos ventrículos e hérnia de cíngulo. Há extensa impregnação irregular por contraste, afetando a porção mesial dos lobos frontal e parietal E.  O tumor infiltra o corpo caloso. 
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CORTES SAGITAIS, T1 sem e com contraste, indicam maior extensão do tumor ao corpo caloso que no exame anterior. 
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A lesão apresenta neste exame aspectos radiológicos semelhantes aos do exame anterior, mas com aumento do volume tumoral, maior efeito de massa e extensão maior ao corpo caloso. O resultado anátomo-patológico nesta fase foi de glioblastoma multiforme (astrocitoma difuso grau IV da OMS), baseado no encontro de atipias nucleares, mitoses, proliferação vascular e necrose (esta em pseudopaliçada, uma feição característica do GBM). 

O caso ilustra a dificuldade de diferenciar em termos clínicos e de imagem a radionecrose (um efeito colateral indesejado da radioterapia) de uma recidiva de glioblastoma. 


 
Características de imagem do 
glioblastoma multiforme
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