Meduloblastoma do vermis cerebelar
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Fem.  11 a.  Vômitos, cefaléia, alteração da marcha e hipertensão intracraniana há 1 mês.  Primeiras imagens março de 1999: meduloblastoma em linha média.  Paciente foi submetido a remoção dicúrgica do tumor. Em 11/99 extensa infiltração de leptomeninges. 

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA EM 3/3/99
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CORTES AXIAIS,  T1 SEM CONTRASTE.  Observa-se massa arredondada no vermis,  obliterando o IV ventrículo e deslocando a ponte e os hemisférios cerebelares. O tumor é bem delimitado, com textura heterogênea. Há áreas mais homogêneas com hiposinal, e regiões menores de hiposinal mais acentuado que podem corresponder a regiões necróticas ou císticas. No último corte à D, o tumor obstrui o aqueduto de Sylvius e deforma o mesencéfalo. 
 
T1 COM CONTRASTE. As áreas mais sólidas captam fortemente contraste, acentuando o aspecto heterogêneo do tumor. As pequenas áreas que eram mais hipointensas em T1 não captam, sugerindo que sejam necróticas ou císticas. Há ainda focos de ausência de sinal que podem ser calcificações ou sangramento agudo (seria necessário uma TC para definir). O tumor tem aspecto infiltrativo, invadindo o bulbo (corte à E). Desloca a ponte e pedúnculos cerebelares médios. 
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FLAIR. A  lesão mostra hipersinal, portanto é mais hidratada que o tecido nervoso. Áreas císticas mostram hiposinal porque contêm mais água livre, que é suprimida nesta seqüência. Notam-se ainda pequenos pontos de hiposinal no tumor, que podem corresponder a vasos (flow void) ou calcificações. Observar que a artéria basilar, onde o fluxo sanguíneo é rápido, tem completa ausência de sinal. Há uma fina orla de líquor margeando parte do tumor, que  aparece como uma linha de hiposinal e provavelmente tem continuidade com o líquor do IV ventrículo. 
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CORTES SAGITAIS,  T1 SEM (1 e 3) E COM CONTRASTE (2 e 4).
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CORTES CORONAIS,  T1 COM CONTRASTE.
Infiltração do tronco cerebral Tumor no vermis cerebelar Áreas císticas e sólidas
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RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA EM 11/11/99
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CORTES AXIAIS,  T1 COM CONTRASTE. 
CORTES CORONAIS,  T1 COM CONTRASTE.
 
TODAS IMAGENS mostram infiltração difusa das leptomeninges na fossa posterior e nos hemisférios cerebrais pela neoplasia, cerca de 8 meses após a remoção cirúrgica do tumor vermiano.  A massa original não é mais visível, mas há infiltração neoplásica na região do IV ventrículo. T1 com contraste demonstra infiltração  meníngea nos sulcos entre as folias cerebelares, giros cerebrais, e cisternas. 
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T1 COM CONTRASTE, 3/3/99 IDEM, 11/11/99
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Características de imagem do meduloblastoma 

Constituem 10 a 15% dos tumores cerebrais primários em crianças e  um terço das neoplasias pediátricas da fossa posterior. Incidência maior antes dos 15 anos, com predominância do sexo masculino. 

TC.  Tipicamente é uma massa vermiana (75%), aspecto piriforme ou arredondado, que desloca o IV ventrículo. 25% ocorrem em regiões laterais. Um fino crescente de líquor pode às vezes ser identificado ao redor da lesão. São homogeneamente hiperdensos na TC sem contraste. Calcificações em 15% dos casos. Hemorragias são raras. Com contraste, há reforço moderado e homogêneo. Contudo, esta aparência típica é vista só em 30% dos casos. Outras feições são comuns: alterações císticas, 65%, isodensidade na TC sem contraste em 3% e ausência de impregnação em 3%.  Em crianças, 15 a 20% dos meduloblastomas estão situados fora da linha média. Em adultos a localização preferencial é fora da linha média. 

RM.  O tumor preenche o IV ventrículo e se estende inferiormente pelo foramen de Magendie para a cisterna magna. Hidrocefalia é comum. É heterogeneamente hipointenso em relação à substância cinzenta em T1 , com cistos hiperintensos em T2 em 75 a 80% dos casos. A porção sólida da lesão varia de hipo a hiperintenso em T2. O reforço por contraste é variável. Impregnação moderada é típica. Muitos tumores mostram só reforço parcial. Em crianças mais velhas e adultos, os meduloblastomas são encontrados principalmente nos hemisférios cerebelares e com freqüentes  alterações císticas. As margens do tumor são menos bem definidas, e alguns podem assemelhar-se ao meningioma. Em 50% dos casos há disseminação liquórica. Em 5% pode haver disseminação extracraniana, principalmente para osso. São metástases líticas, mas podem também ser osteoblásticas. Disseminação meníngea já está presente na fase inicial dos sintomas em 10 a 50% dos casos. Aparecem na TC e RM como focos lineares de reforço (em T1 com contraste) nas cisternas e sulcos. O método de escolha para detecção é a RM  em T1 com contraste. É superior a RM sem contraste, TC, mielografia e mielotomografia. 


 
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