Schwannoma  do  nervo  vestibular  D.
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Fem.  55 a.   Cefaléia intensa bilateral pulsátil há 15 dias, com vômitos e tonturas. Zumbido no ouvido há alguns anos. Operada de schwannoma vestibular D, ficou com paralisia facial ipsilateral. 

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA
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CORTES  AXIAIS, T1 SEM E COM CONTRASTE mostram lesão extraaxial situada no ângulo ponto-cerebelar  D, bem delimitada, heterogênea, com áreas sólidas e císticas. As áreas sólidas mostram leve hiposinal em relação ao tecido nervoso adjacente. O tumor comprime e deforma o hemisfério cerebelar, a ponte e o IV ventrículo. Mostra forte captação de contraste nas áreas sólidas (fileira inferior). 


 
CORTES  CORONAIS, T1 COM CONTRASTE.  O tumor é heterogêneo, predominantemente sólido (região que capta fortemente contraste), com uma área arredondada não captante na porção lateral (provavelmente um cisto). Notar desvio do tronco cerebral, aqueduto e IV ventrículo, causando hidrocefalia supratentorial. 

 
CORTES  SAGITAIS, T1 SEM E COM CONTRASTE
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CORTES  CORONAIS, T1 COM CONTRASTE, em detalhe. 

Na foto à E, observa-se o tumor na cisterna cerebelo-pontina D, escavando e desviando a ponte medialmente. Está separado desta por uma fina camada de líquor, que aparece em hiposinal, demonstrando a situação extraxial da lesão. Lateralmente, o tumor penetra no canal auditivo interno por cerca de 1 cm., formando uma cauda afilada. A maior parte da massa é extracanalicular.  É importante para a abordagem cirúrgica saber quanto o tumor penetra no canal. O tumor é geralmente removido em dois tempos, primeiro a porção extracanalicular e numa segunda etapa a porção intracanalicular. 

Na foto à D, observa-se o aqueduto de Sylvius e o IV ventrículo desviados pelo efeito de massa do tumor. A amígdala cerebelar D, do lado da neoplasia, está parcialmente insinuada no foramen magno, constituindo uma hérnia

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CORTES  AXIAIS, T1 SEM E COM CONTRASTE, em níveis adjacentes demonstram boa delimitação e natureza sólido-cística da lesão. O tumor deforma a ponte e o IV ventrículo, comprimindo o pedúnculo cerebelar médio e o hemisfério cerebelar direitos. Nas áreas císticas na fig. da E, feita sem contraste, há níveis que correspondem a líquido mais rico em proteína sedimentado devido ao decúbito dorsal durante o exame.   A fig. da D. demonstra a forte captação de contraste pelas áreas sólidas do tumor. 
 
T2. Mesmo corte da fig. em cima à D.  Aqui, a água livre ou associada ao tecido manifesta-se com hipersinal. As áreas císticas do tumor, o líquor nas cisternas e no IV ventrículo estão brilhantes. A porção sólida mostra regiões com diferentes graus de hidratação, correspondendo a áreas mais densas (Antoni A) e frouxas (Antoni B), uma feição habitual dos schwannomas. No limite entre o tumor e o pedúnculo cerebelar médio nota-se uma fina orla de líquor (linha brilhante), demonstrando a localização extraaxial da neoplasia.  A substância branca do centro branco medular do hemisfério cerebelar D mostra edema vasogênico.  Nota-se o foramen de Luschka E, que dá saída ao líquor no recesso lateral do IV ventrículo. O do lado D não é visível porque o corte está oblíquo. O plexo coróideo aparece como pequenas massas isointensas no teto do IV ventrículo e foramen de Luschka. É importante reconhecê-lo para não confundir com tumores, como ependimomas. 

 
Características de imagem do schwannoma 

Excetuando-se os nervos olfativo e óptico, que são tratos do próprio sistema nervoso central, todos os outros nervos cranianos e espinais têm raízes compostas em parte por células de Schwann (como os nervos periféricos), sendo, portanto, locais potenciais de schwannomas.  São mais comuns os schwannomas do nervo vestíbulo-coclear, o VIII par craniano (90%). De 5-6% podem acometer o N. trigêmeo (V), vindo em terceiro lugar o N. facial (VII). Outros nervos cranianos são envolvidos só raramente, exceto se há neurofibromatose do tipo 2. Schwannomas múltiplos são uma das características desta doença, sendo o schwannoma bilateral do nervo vestibular considerado diagnóstico. 

TC: Schwannomas são iso- ou hipodensos em relação ao cérebro. Calcificações ou hemorragias são incomuns.  Praticamente todos se reforçam intensamente pelo contraste iodado. A impregnação pode ser homogênea ou, especialmente em lesões maiores, pode ser heterogênea devido a degeneração cística, alteração xantomatosa ou áreas de hipocelularidade (Antoni B) adjacentes a áreas hipercelulares (Antoni A) ou colágenas. Às vezes se associam a cistos aracnóideos, por represamento de líquor no local. 

RM: O tumor apresenta-se como massa extraaxial, com orla de líquor ou de vasos, e comprime o tronco e o córtex cerebelar. Nos schwannomas do nervo vestíbulo-coclear, a porção extracanalicular é tipicamente maior que a intracanalicular. 75% destes tumores são levemente hipointensos em relação ao cérebro em cortes pesados em T1 (isto é, são mais hidratados) e o restante é isointenso. Nas seqüências pesadas em T2 e em DP (densidade de prótons) apresentam hipersinal de leve a marcante, dependendo da quantidade de água ou dos focos de degeneração cística.  Todos mostram intenso reforço após contraste. A impregnação é homogênea em 2/3 dos casos, levemente heterogênea em 10% e fortemente heterogênea com degeneração cística em 22%.   Pode haver edema peritumoral em 30%  e cistos aracnóideos associados em 7%.  O principal diagnóstico diferencial é o meningioma do ângulo ponto-cerebelar. Quando é possível identificar a cauda dural, esta fala a favor deste último, mas o diagnóstico muitas vezes é difícil. Outras lesões incluem metástases, hemangiomas e doenças inflamatórias como a sarcoidose. 


 
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