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Masc. 27
a. História atual. Massa na região da nuca há
cerca de 2 meses, acompanhada de cefaléia occipital e dor à
movimentação cervical. Relata vômitos, desorientação
têmporo-espacial e alterações da memória recente
(não lembra se já almoçou). Nega convulsões,
perda de consciência ou febre.
Exame – massa de consistência líquida na região occipital direita, com dor intensa à movimentação da cabeça. Nistagmo vertical para cima. Marcha alargada. Sem alterações de pares cranianos, sinal de Romberg negativo. Força preservada nos 4 membros, sem alterações de sensibilidade. Borramento de papila bilateral. Sintomas de hidrocefalia aguda. TC e RM de crânio atuais (abaixo) – lesão expansiva em regiões occipital e cervical posterior, com lise óssea, invasão da fossa posterior e tecidos moles da nuca, compressão cerebelar, deformação do IV ventrículo e hidrocefalia. Internação para derivação ventrículo-peritonial de urgência e posterior remoção cirúrgica da lesão. Antecedentes. Politraumatizado grave em acidente de moto contra poste sem capacete há cerca de 2 anos. Teve múltiplas fraturas de face, afundamento do osso zigomático, seio frontal e maxila esquerdos, fratura de primeiro arco costal e clavícula também à esquerda. Internado em Glasgow 12, necessitou intubação orotraqueal e ventilação mecânica por 11 dias. Drenagem de pneumotórax à esquerda. TC de crânio logo após o trauma – edema cerebral difuso, hemorragia subaracnóidea, hemorragia intraparenquimatosa frontal esquerda, hematoma subdural. Contusões nos polos frontal e temporal esquerdos – giros reto, orbitários medial e lateral. Apagamento difuso de sulcos e do sistema ventricular. Quando extubado – confuso, não atendia comandos verbais. Provável broncoaspiração de alimentos. Ficou em acompanhamento ambulatorial para avaliação de lesão axonal difusa. |
Tomografia computadorizada. - Melhores cortes - AXIAIS. Grande lesão expansiva cística multiloculada em região cervical posterior, osteolítica, destruindo a metade direita da escama do osso occipital e porção petrosa do osso temporal. Tem grande efeito de massa, com invasão da fossa posterior, compressão cerebelar, deformação do IV ventrículo e hidrocefalia. Na TC já é possível observar múltiplos cistos com densidade de partes moles, com níveis líquido-líquido, e microcalcificações nos septos entre os cistos. Com contraste há discreta impregnação (ver porém RM). | ||
Sem contraste | Com contraste | Janela óssea |
Sem contraste, detalhes | |
Coronal sem contraste | Janela óssea |
Sagital sem contraste | |
Mais imagens deste exame. |
Ressonância magnética - Melhores cortes - AXIAIS. Grande lesão cística bem delimitada, multiloculada, que destrói a escama do occipital à direita, penetra na fossa posterior deslocando o cerebelo para a esquerda e para cima, e avança para as partes moles da região da nuca. Em T1 sem contraste os cistos são menos evidentes. Há focos de hipersinal, provavelmente devidos à metemoglobina, produto de degradação da hemoglobina. Com contraste, há intensa impregnação dos septos entre os cistos, devida à alta vascularização dos mesmos e ausência de barreira hemoencefálica. Em T2, observa-se aspecto em colméia com níveis líquidos no interior dos cistos, devidos à decantação dos elementos sólidos do sangue durante o exame (paciente em posição supina). | ||
T1 SEM CONTRASTE. Focos de hipersinal por metemoglobina | T1 COM CONTRASTE. Impregnação forte dos septos entre os cistos | T2. Níveis líquido-liquido (semelhantes a hematócrito). Aspecto multiloculado |
T2 | FLAIR. Edema intersticial da substância branca periventricular, por transudação liquórica transependimária. (Imagens após derivação liquórica). | |
No
FLAIR, o aspecto da lesão é semelhante ao em
T2. Chama a atenção o hipersinal do tecido nervoso
periventricular, conseqüência da hidrocefalia e hipertensão
intraventricular, devidas à obstrução do IV ventrículo,
comprimido pela lesão. O líquor sob pressão é
forçado através do epêndima e embebe o tecido nervoso
(transudação liquórica
transependimária).
O FIESTA é uma seqüência pesada em T2 que produz cortes finos com alto contraste, permitindo melhor visualização dos níveis líquidos nos cistos. Notar que os níveis líquido-líquido só são observáveis em cortes axiais e sagitais. Nos cortes coronais, o plano do corte é paralelo ao nível do líquido, que, portanto, não aparece. |
T2 | FIESTA |
CORONAIS, T1 | T1 COM CONTRASTE | T2 |
SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
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Macro, lâminas escaneadas, texto | HE - septos membranosos | HE - neoformação óssea nos septos | |
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