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Tumores
do sistema nervoso incidem todas as idades e podem se originar em todos
tecidos que o constituem. Formam por isso um grupo muito heterogêneo.
O tumor mais importante do sistema nervoso periférico é o schwannoma. TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL - CLASSIFICAÇÃO Baseia-se no tecido de origem. a) Tumores neuroectodérmicos. Originam-se do tubo neural, ou seja, glia e neurônios. Na prática, a grande maioria tem origem em glia, especialmente nos astrócitos.
b) Tumores mesodérmicos. Os principais são os meningiomas, originados em fibroblastos meníngeos. c) Tumores
metastáticos.
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA. Os tumores do sistema nervoso em conjunto incidem mais na infância e na meia idade. A menor incidência é em torno de 20 anos. Em crianças, têm freqüência proporcionalmente maior que em adultos, perdendo apenas para tumores hemopoiéticos. Cada tipo de tumor tem distribuição etária própria.
LOCALIZAÇÃO Cerca de 85% dos tumores primários do SNC estão na cavidade craniana e 15% no canal espinal. Nas crianças, predominam na fossa posterior (70%). Em adultos, nos hemisférios cerebrais. Cada tumor tem preferência, às vezes exclusiva, por certas regiões. O exemplo clássico é o meduloblastoma, exclusivo do cerebelo. Já os glioblastomas ocorrem nos hemisférios cerebrais, e praticamente nunca no cerebelo. Um tumor pode ter comportamentos diferentes segundo sua topografia. Por exemplo, os astrocitomas do cerebelo, próprios de crianças, são do tipo chamado pilocítico, e são de crescimento lento, bem delimitados, císticos e benignos, sendo sua extirpação em geral curativa. Já os astrocitomas de hemisférios cerebrais, que ocorrem em adultos, são do tipo chamado difuso. Geralmente são mal delimitados, infiltrativos e com tendência a transformação maligna para glioblastoma multiforme. A localização do tumor é indispensável no pedido de exame e influe decisivamente no diagnóstico. MODOS DE CRESCIMENTO E DISSEMINAÇÃO O crescimento expansivo
é próprio dos meningiomas e schwannomas. São
bem delimitados e não infiltram o cérebro, apenas o comprimem.
DISSEMINAÇÃO LIQUÓRICA Os meduloblastomas têm tendência a disseminar pelo líquor para as leptomeninges, inclusive espinais. Por isso, nestes casos, o tratamento deve incluir, além da retirada cirúrgica, radioterapia de todo neuroeixo. Os glioblastomas também podem apresentar disseminação meníngea, mas esta não ocorre nos meningiomas. METÁSTASES PARA FORA DO SNC Os tumores do SNC, mesmo os mais malignos, não dão metástases fora da cavidade craniana e do canal espinal. Isto vale mesmo para o glioblastoma e o meduloblastoma, que contam entre os tumores mais malignos do corpo. Nos raríssimos casos em que ocorreram metástases extracranianas, o paciente havia sido submetido a craniotomia, criando-se portanto uma via artificial de saída. BENIGNIDADE VS MALIGNIDADE No SNC,
tumores citologicamente benignos e de crescimento apenas expansivo podem
ter mau prognóstico por causa da localização. P. ex.,
astrocitomas do tálamo, embora de crescimento lento, não
podem ser retirados completamente devido à proximidade de estruturas
vitais (hipotálamo, tronco cerebral). Mesmo os meningiomas e schwannomas
podem acarretar grande risco cirúrgico por causa da localização
(p.ex., base do crânio, ângulo ponto-cerebelar), volume (até
o de uma laranja para os meningiomas) e idade dos pacientes, freqüentemente
idosos.
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