Nervo  normal
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Nervo mediano humano normal - microscopia óptica

Biópsia de nervo normal de conjuntiva ocular - microscopia eletrônica

Músculo esquelético humano normal - microscopia eletrônica

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MÉTODOS CORRENTES DE ESTUDO DE BIÓPSIAS DE NERVO

Biópsias de nervo (geralmente do nervo sural) são divididas em 

  • a) fragmentos maiores para fixação em formol e inclusão em parafina e 
  • b) fragmentos menores (máximo de 1 mm de lado) para fixação em líquido de Karnovsky (glutaraldeído + paraformaldeído) e  inclusão em araldite ( = processamento para microscopia eletrônica). Para técnica de microscopia eletrônica em maior detalhe, clique.
Os fragmentos fixados em formol  e incluídos em parafina são cortados em planos transversal e longitudinal. Os cortes têm cerca de 6 mm e são corados por HE.  Neles examina-se a arquitetura geral do nervo, estrutura dos fascículos, presença de infiltrado inflamatório e depósitos de amilóide.  É o método de escolha para diagnóstico de hanseníase. Se há suspeita na HE, solicita-se coloração especial para bacilos de Hansen pelo método de Ziehl-Neelsen

Os fragmentos fixados em Karnovsky são pós-fixados em tetróxido de ósmio, desidratados em acetona e incluídos em araldite. O araldite (resina epóxida análoga ao adesivo do mesmo nome) é uma resina viscosa que, após polimerização, fica extremamente dura. Contudo, mantém a plasticidade necessária para obter cortes muito finos.  Estes cortes não são feitos em micrótomo comum com navalha de aço.   São feitos em um ultramicrótomo com navalhas de vidro

a) Cortes de 1 mm são montados em lâminas de vidro comuns e corados a quente por azul de toluidina. São examinados no microscópio óptico. A qualidade do preparado é melhor que os cortes de parafina, porque a preservação da estrutura é ótima (o ósmio é um excelente fixador) e os cortes são mais finos (cortes de parafina = 6 mm).  Este tipo de preparação permite visualizar bem os axônios (só os mielínicos), cujas baínhas de mielina ficam coradas em azul escuro. 

b) Para microscopia eletrônica, escolhe-se o melhor bloco e são feitos cortes de 0,1 mm agora usando navalha de diamante (preço US$ 3.000,00). Os cortes não podem ser colhidos em lâminas de vidro. São colhidos em microgrades de cobre e contrastados com citrato de chumbo (um metal pesado) antes de examinados no ME. 

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NERVO NORMAL INCLUÍDO EM PARAFINA
CORTE TRANSVERSAL DE 6 mm,  HE
 
Um nervo periférico é composto por fascículos separados e envolvidos por tecido conjuntivo colágeno, chamado epinêurio.  Notar que o epinêurio não somente envolve o nervo por fora. Todas as traves fibrosas entre os fascículos são também epinêurio.  Cada fascículo é envolto por uma camada de células especializadas, o perinêurio, e contém axônios mielínicos e amielínicos em meio a tecido conjuntivo frouxo, o endonêurio
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O perinêurio é formado por camadas de células pavimentosas, intimamente unidas entre si, constituindo uma barreira que isola o endonêurio e os axônios. A espessura do perinêurio, ou seja, o número de camadas celulares é proporcional ao diâmetro do fascículo. 

O endonêurio é constituído por fibras colágenas arranjadas longitudinalmente, sintetizadas por fibroblastos do endonêurio.  Em meio a elas são observados os axônios mielínicos de vários diâmetros. (Os axônios amielínicos não são visíveis em HE por serem muito finos. São estudados só com microscopia eletrônica). 

Nos axônios maiores é possível distinguir um ponto central mais denso, que é o axônio propriamente dito, e um anel róseo frouxo em volta, que é a baínha de mielina. As estruturas como mostradas aqui estão alteradas pelos artefatos inevitáveis na inclusão em parafina.  Os axônios sofrem retração e adensamento. A mielina esgarça-se dando aspecto finamente reticulado. Em cortes longitudinais podem ser notados nodos de Ranvier, os pontos de encontro entre a mielina sintetizada por duas células de Schwann contíguas (cada gomo de mielina é chamado um internodo).  Os núcleos das células de Schwann ficam junto à face externa da mielina. 

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NERVO INCLUÍDO EM ARALDITE
CORTE DE 1 mm CORADO POR AZUL DE TOLUIDINA
 
Nesta técnica, a arquitetura geral do nervo é observada em mais detalhe, e recomenda-se objetiva de imersão. Notar as camadas do perinêurio, com seus núcleos alongados.  Os axônios mielínicos aparecem como pequenas argolas azuis, que são as baínhas de mielina. O axônio em si é a parte central mais clara. Praticamente não há retração, e o aspecto é mais fiel à realidade in vivo.  As rugas que se formam no corte de araldite durante a coloração a quente são um artefato. 
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MICROSCOPIA  ELETRÔNICA
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A alta resolução do microscópio eletrônico é indispensável para estudar axônios mielínicos e, especialmente, os amielínicos. 
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AXÔNIOS MIELÍNICOS são vistos de vários diâmetros, sendo a espessura da baínha de mielina proporcional ao diâmetro do axônio. 
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A baínha de mielina é constituída por dezenas de voltas da membrana da célula de Schwann ao redor do axônio. A cada volta as membranas aderem entre si pelas proteínas da mielina (funcionam como pequenos fechos velcro) e são compactadas formando lamelas. O conjunto forma um ótimo isolante elétrico.  A manutenção de uma baínha tão espessa e complexa é feita através de linguetas de citoplasma da célula de Schwann, chamadas incisuras de Schmidt-Lantermann  e pelo citoplasma ao longo dos nodos de Ranvier (abaixo). 
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Aqui observa-se como a membrana da célula de Schwann se invagina para formar a volta mais externa da baínha.  A isto se chama mesaxônio externo.   O mesaxônio interno não é visível nesta foto. Pode-se ver também a porção externa do citoplasma da célula de Schwann. 
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As incisuras de Schmidt-Lantermann  são lingüetas do citoplasma da célula de Schwann que percorrem a baínha de mielina desde a face externa (onde está o núcleo da célula de Schwann) até a face interna.  São canais que permitem acesso rápido todas as camadas da baínha, sendo essenciais na manutenção e turnover desta.  Esta incisura foi cortada longitudinalmente. 
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NODO  DE  RANVIER.  Onde os 'gomos' da baínha de mielina (os internodos) formados por duas células de Schwann contíguas se encontram está o nodo de Ranvier. Neste ponto se dão as trocas iônicas da condução saltatória.
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O nodo de Ranvier em corte longitudinal.

A baínha de mielina de cada internodo termina formando pequenas alças que contêm citoplasma da célula de Schwann. No nodo não há mielina, sendo o axônio recoberto por delicadas formações digitiformes do citoplasma das duas células contíguas. A membrana basal que recobre uma célula de Schwann se continua diretamente com a da vizinha, sem interrupção, formando um tubo. 

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O nodo de Ranvier em corte transversal.

Neste ponto não há lamelas de mielina, apenas projeções digitiformes. Há ampla oportunidade de trocas iônicas entre o axônio e o endonêurio.  Notar a membrana basal circundando o conjunto. O axolema (membrana do axônio) é mais densa no nodo que em outros locais, devido à riqueza em canais iônicos (moléculas proteicas).  Os microtúbulos, neurofilamentos e organelas do axônio também estão mais compactados nesta região. 

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AXÔNIOS AMIELÍNICOS 
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Axônios amielínicos são diminutos demais para serem  bem visualizados em microscopia óptica. Formam agrupamentos no endonêurio, sendo circundados individualmente por prolongamentos de células de Schwann.  Nesta foto, em corte transversal, os axônios são as estruturas mais claras, os processos de células de Schwann mais escuros. Aqui e acolá é possível observar a parte central da célula de Schwann com seu núcleo. 
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Os axônios amielínicos têm contorno arredondado, citoplasma pouco eletrodenso, contêm microtúbulos e neurofilamentos e várias mitocôndrias.  Os prolongamentos de células de Schwann os circundam completamente, e o conjunto é envolvido por membrana basal.  De permeio há fibras colágenas do endonêurio. 
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Esta célula de Schwann abriga três axônios amielínicos em invaginações de sua membrana plasmática. Notar as fibras colágenas do endonêurio em corte transversal. 
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PERINÊURIO 
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O perinêurio é formado por camadas de células pavimentosas, unidas entre si por tight junctions, de modo a constituir uma eficiente barreira separando o meio externo (epinêurio) do interior do fascículo (endonêurio). As células perineuriais são revestidas por membrana basal e separadas por fibras colágenas em arranjo longitudinal. 
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Novas adições em assuntos correlatos: Nervo mediano humano normal. HE, tricrômico de Masson, IH para neurofilamento e S100 Pequeno nervo normal da conjuntiva ocular - microscopia eletrônica Músculo esquelético humano normal - microscopia eletrônica
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