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1. HE, colorações especiais |
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Fem. 81
a. As placas senis demonstradas nesta página foram observadas
fortuitamente em um caso de autópsia de rotina. Embora a paciente
já estivesse na nona década, não havia na história
clínica referência a distúrbios cognitivos, suspeita
de doença de Alzheimer ou estudos de imagem do encéfalo.
A causa de óbito foi infecção intestinal e broncopneumonia.
Placas senis. São depósitos no neurópilo definidos pela presença do peptídeo Ab, derivado de uma proteína neuronal normal chamada APP (proteína precursora do amilóide ou amyloid precursor protein), codificada por um gene no cromossomo 21. Nas placas senis ou neuríticas, Ab está presente como acúmulos densos e arredondados de amilóide. Este é demonstrável pela positividade na coloração pelo vermelho do Congo, e por mostrar a característica birrefringência verde-maçã (ou verde-esmeralda) quando examinado em luz polarizada. Para resultados desta técnica no presente caso, clique. As placas são circundadas por uma coroa de prolongamentos neuronais anômalos, sendo que a maioria dos axônios participantes são imunorreativos para proteína tau. Estes axônios distendidos são também demonstráveis por reações imunohistoquímicas clássicas, como neurofilamento e cromogranina. As placas neuríticas também se acompanham de reação microglial (demonstrável por CD68) e astrocitária (positiva para vimentina e GFAP). A topografia clássica das placas é no córtex entorrinal, hipocampo e neocórtex.
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Destaques da microscopia. | ||
HE. Núcleo central compacto de amilóide com espículas radiadas na periferia | Masson. Material amilóide destaca-se em azul. Astrócitos reacionais e outros elementos do tecido nervoso em vermelho | LFB. Material amilóide cora-se em azul. Finos axônios mielínicos no neurópilo |
Vermelho do Congo. Material amilóide cora-se em vermelho, e mostra a característica refringência verde-esmeralda em luz polarizada | Neuritos dilatados na periferia da placa são negativos para vermelho do Congo | Vermelho do Congo + luz polarizada. Núcleo central de amilóide exibe característica refringência verde esmeralda e imagens em cruz de Malta lembrando trevo de quatro folhas |
Cromogranina. Positividade nos neuritos na periferia da placa. Núcleo central de amilóide negativo | Placas cortadas tangencialmente mostram apenas neuritos dilatados marcados por cromogranina | Positividade para cromogranina no neurópilo dos setores hipocampais CA2 a CA4 |
NF. Resultados análogos aos com cromogranina nas placas senis, mas menos placas marcadas | MAP2. Placas negativas, desviam dendritos apicais dos neurônios hipocampais | GFAP. Núcleo central de amilóide negativo. Alguns astrócitos reacionais e maior densidade de prolongamentos astrocitários na periferia da placa |
GFAP. Placas cortadas fora do núcleo de amilóide mostram neuritos dilatados negativos, entremeados a prolongamentos astrocitários e astrócitos hipertróficos na periferia da placa | VIM. Amilóide e neuritos negativos. Algumas células marcadas poderiam ser micróglia / macrófagos | CD68. As poucas células positivas poderiam ser micróglia / macrófagos |
Placas senis em HE. São sutis, geralmente notadas como depósitos de aspecto granuloso no neurópilo. O neurópilo é o tecido entre os corpos celulares dos neurônios, formado por prolongamentos celulares dos próprios neurônios (dendritos, axônios) e das células da glia (para neurópilo normal em microscopia eletrônica, clique). As placas senis se destacam pela irregularidade e aspecto mais grosseiro em meio a este tecido finamente homogêneo. Podem ter tonalidade mais basófila ou mais acidófila. Em tamanho são pouco maiores que o corpo celular de um neurônio. Abaixo, exemplos fotografados com objetivas 20x (à esquerda) e 40 x. | |
Exemplos em maior aumento. As placas são estruturas tridimensionais relativamente grandes e podem estar seccionadas em diferentes planos (equatorial e paraequatoriais). O material róseo, nodular, homogêneo em seu centro e com filamentos radiados na periferia é constituído por amilóide, demonstrável em vermelho do Congo e refringente com luz polarizada. Pequenos glóbulos na periferia da massa central correspondem a axônios (neuritos) dilatados (visualizáveis com NF e cromogranina). Núcleos pequenos, alongados, densos, na periferia da placa são células microgliais, demonstráveis por CD68 e também por vimentina. Alguns astrócitos hipertróficos são vistos nas proximidades de algumas placas (GFAP positivos). | |
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Tricrômico de Masson. O Masson é uma coloração para tecido conjuntivo (para procedimento técnico, clique) habitualmente usada para demonstrar colágeno. Aqui, destacou em azul a região central das placas, constituída por amilóide. O restante do tecido nervoso, corpos celulares e neurópilo, corou-se em vermelho. Embora inespecífico, o resultado evidenciou o caráter finamente fibrilar da periferia da placa, cujos prolongamentos se misturam com o neurópilo em volta. | |
LFB -Nissl. - Lâmina escaneada. |
LFB -Nissl. Esta coloração para axônios mielínicos e neurônios (para procedimento técnico, clique) destaca o núcleo central de amilóide da placas senis em azul (corado pelo luxol fast blue), em algumas com maior intensidade no centro. A reação tintorial é inespecífica. Os neuritos dilatados na periferia não tomam nenhum dos dois corantes. Delicados axônios mielínicos transitam pelo neurópilo do hipocampo. Núcleos alongados de células microgliais são vistos na periferia de algumas placas. | |
Vermelho Congo. O vermelho do Congo, tradicional coloração para substância amilóide (para procedimento técnico, clique), salienta o núcleo central das placas senis, constituída por amilóide (um polímero do peptídeo Ab). É esta região que dá birrefringência verde na luz polarizada. O caráter fibrilar radiado na periferia da placa fica evidente no vermelho do Congo. Outros elementos das placa, como os neuritos dilatados, não se coram. | |
Neuritos dilatados não se coram. Os prolongamentos axonais distendidos, que formam uma coroa em volta do núcleo central de amilóide, não se marcam pelo vermelho do congo, mostrando que não contêm amilóide. Estes neuritos são demonstrados por técnicas imunohistoquímicas para neurônios, como neurofilamento e cromogranina. Abaixo, três placas constituídas apenas por neuritos dilatados. É possível que representem cortes tangenciais pela periferia das placas, que não atingiram o núcleo central de amilóide. | |
Imagens em luz polarizada. Para preparados de vermelho do Congo examinados em luz polarizada, dando a característica refringência verde esmeralda do amilóide, clique. |
Agradecimento. Colorações especiais nesta página pela técnica do Laboratório de Anatomia Patológica, Sra. Mabiliane de Albuquerque Andrade. |
Para mais imagens de placas senis: | HE, colorações | Vermelho do Congo e luz polarizada | IH |
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